Ouvistes que foi
dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai
os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. S. Mat. 5:43 e
44.
Durante a Guerra da
Independência dos Estados Unidos, um homem chamado Wildman, de Efrata, Estado da
Pensilvânia, adquiriu má reputação por ter agredido verbalmente o Pastor Peter
Miller, da igreja de Dunker, na mesma cidade. Wildman alistou-se no exército.
Enquanto ainda estava prestando serviço, descobriu-se que ele era um espião. Foi
julgado, condenado e sentenciado à forca. Miller ficou sabendo da sentença.
Seu coração foi tocado. Caminhou 95 quilômetros até Filadélfia para interceder
em favor de Wildman. Quando apresentou sua súplica perante o general George
Washington, este respondeu:
- Lamento, mas não posso atender o pedido
para poupar a vida de seu amigo.
- Mas, senhor, ele não é meu amigo -
explicou Miller. - É meu pior inimigo.
- Quer dizer que o senhor caminhou
95 quilômetros para suplicar pela vida de seu inimigo? Isso coloca a questão sob
um ângulo totalmente diferente. Vou deferir seu pedido.
Washington
assinou o documento de perdão e entregou-o a Miller, que caminhou mais 25
quilômetros até onde Wildman se encontrava aguardando a execução. Quando Wildman
viu que Miller se aproximava, comentou sarcasticamente com seus companheiros de
sentença:
- Lá vem chegando o velho Peter. Veio para assistir ao meu
enforcamento.
Nem bem Wildman havia acabado de dizer isso, quando Miller
se enfiou pela multidão e entregou ao homem condenado o documento que o
perdoava.
O que o Perdão Pode Fazer Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes,
porque não sabem o que fazem. S. Luc. 23:34.
Wilfred T.
Grenfell, famoso médico missionário, nasceu em 1865. Em 1892, ainda na faixa dos
vinte anos, ele dedicou sua vida ao povo da costa oriental do Canadá, onde
serviu ao seu Senhor até cinco anos antes de sua morte, em 1940. Certa vez,
quando lhe perguntaram o que o havia influenciado para que dedicasse a vida ao
trabalho cristão humanitário naquela fria e agreste região do Labrador, aqui
está a razão que ele deu:
Certa noite, uma senhora foi levada para a sala
de emergência do hospital onde ele trabalhava. Era evidente que não havia
esperança de vida para ela. Segundo o depoimento de testemunhas, o marido dela
havia chegado bêbado em casa e, num ímpeto de ira, jogara contra ela um lampião
aceso de querosene. Os vizinhos chamaram a polícia. O marido, que começava a
ficar sóbrio, e um oficial foram até o leito onde ela se encontrava. O oficial
curvou-se e perguntou àquela senhora exatamente o que havia ocorrido. A
princípio ela recusou-se a dizer qualquer coisa, mas ele insistiu. Por fim, ela
simplesmente disse: "Senhor, foi apenas um acidente." E morreu pouco
depois.
Grenfell disse que se o amor podia perdoar uma agressão daquela
magnitude, ele queria seguir o exemplo de Jesus e dedicar a vida ao ministério
em favor dos outros. Será que o perdão daquela senhora exerceu um efeito
semelhante sobre o marido? Não sei, mas vamos esperar que sim.
Perdoar
aqueles que nos ofenderam, aqueles que sob um ponto de vista humano não merecem
perdão, pode exercer um poderoso efeito para o bem. Quando Jesus perdoou aqueles
que O crucificavam, causou uma impressão profunda em muitos dos responsáveis por
Sua morte. Atos 6:7 diz que, subseqüentemente, "muitíssimos sacerdotes obedeciam
à fé".
Algo semelhante pode ter acontecido quando Estêvão perdoou
aqueles que o apedrejaram até à morte (ver Atos 7:58-60). Não é improvável que a
conversão de Saulo tenha brotado daquela experiência.
Quando você e eu
fazemos como Jesus fez, e perdoamos espontaneamente aqueles que nos magoaram, o
efeito sobre eles também pode ser o mesmo - mas não conte com isso. Afinal de
contas, nosso objetivo na vida como cristãos é seguir o exemplo de Cristo, e não
fazer com que os outros se sintam mal por ter-nos prejudicado.
O que o
Perdão Pode Fazer por Você Bem-aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada,
cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui
iniqüidade, e em cujo espírito não há dolo. Sal. 32:1 e 2.
Dois dias antes do Natal,
Frank e Elizabeth Morris receberam um telefonema dizendo-lhes que seu filho
único, Ted, de 18 anos de idade, havia sido ferido num grave acidente. A pessoa
os instruía a procurar com urgência um grande hospital em Nashville, Estado do
Tennessee. Quando chegaram ao hospital, um neurocirurgião lhes deu a triste
notícia: Ted estava morto.
No dia seguinte, na delegacia, o casal Morris
ficou sabendo que o outro motorista, Tommy Pigage, havia sofrido apenas
ferimentos leves. Por ocasião do acidente, o seu nível de álcool no sangue
estava três vezes acima do limite legal. Ele foi acusado como assassino, mas
depois de confessar-se culpado a acusação foi reduzida para homicídio culposo.
Meses mais tarde, foi sentenciado a apenas cinco anos de sursis com a
estipulação de que, se violasse a sentença, teria de cumprir uma pena de dez
anos na prisão. Dizer que o casal Morris (especialmente Elizabeth) ficou
revoltado com uma sentença tão branda, é dizer pouco.
Mais tarde, numa
reunião de mães para protestar contra o ato de dirigir sob a influência do
álcool, Elizabeth ouviu Tommy contar que, ao saber da morte de Ted, ele não
conseguira parar de chorar. Alguns dias mais tarde, entretanto, ele foi apanhado
bebendo e levado para cumprir sua pena de dez anos.
Apesar das emoções
contraditórias, Elizabeth, uma cristã, começou a visitar Tommy na cadeia. Um
dia, enquanto conversavam, ele implorou perdão.
- Eu lhe perdôo -
respondeu Elizabeth, acrescentando: - e gostaria que você me perdoasse por eu
tê-lo odiado.
- Ah, Sra. Morris, é claro - disse ele com
emoção.
Numa visita posterior, Tommy contou a Elizabeth que queria muito
parar de beber, mas não conseguia. Ela lhe garantiu que ele poderia, com a ajuda
de Deus. E ele conseguiu!
No dia 12 de janeiro de 1985, Tommy foi
batizado. Mais tarde, ficou em liberdade condicional. O casal Morris começou a
levá-lo para seu lar e a tratá-lo como filho. Escrevendo para a edição de
janeiro de 1986 da revista Guidepost, Elizabeth disse que, depois disso, começou
a sentir a paz que só Deus pode dar. E Tommy? Ele é uma pessoa
diferente!
É isso que pode acontecer quando perdoamos - e somos
perdoados. Perdão Revogado
O rei chamou à sua presença o homem que ele
havia perdoado, e disse: "Seu malvado miserável! Eu lhe perdoei aquela dívida
enorme, só porque você me pediu - você não devia ter pena dos outros, do mesmo
modo como eu tive de você?" Então o rei, irado, mandou o homem ser duramente
castigado, até pagar o último centavo que devia. Assim meu Pai celeste fará, se
vocês se recusarem a perdoar verdadeiramente os seus irmãos. S. Mat. 18:32-35 (A
Bíblia Viva).
Alguns anos atrás,
um homem do Estado de Kentucky, EUA, chamado Lucien Young, soube que um velho
amigo dele, Samuel Holmes, se encontrava numa penitenciária e ainda tinha mais
oito anos de pena por cumprir. Dirigindo-se à prisão, Lucien perguntou ao
carcereiro se poderia conversar com seu velho amigo. Recebeu permissão. Por
quase duas horas os dois conversaram e riram, recordando algumas de suas
travessuras da juventude.
Posteriormente Lucien, que era bom amigo do
governador Blackburn, foi à mansão do Executivo e pediu que o governador
perdoasse o seu amigo. O governador pediu o prazo de uma semana para pensar no
assunto. Quando a semana terminou, Lucien retornou ao escritório do
governador.
- Aqui está o perdão - disse o governador, estendendo o
documento a Lucien. - Mas antes de entregá-lo a Samuel, quero que você converse
mais algumas horas com ele. Se ao final da conversa você achar que ele deve
mesmo ser perdoado, eu lhe concederei a liberdade condicional, desde que você se
responsabilize.
- Entendido - disse Lucien.
Lucien correu à prisão
e mais uma vez obteve licença para conversar com seu amigo. Durante o
transcorrer da visita, Lucien perguntou casualmente:
- Sam, quando você
sair daqui, eu gostaria que se tornasse meu sócio. Concorda? Posso até ver se
consigo tirá-lo daqui antes do término de sua pena.
Sam ficou em pé e
caminhou um pouco de um lado para outro. Quando voltou a falar com Lucien,
disse:
- Está bem. Mas antes de qualquer outra coisa, terei de resolver
um negócio.
- Que negócio, Sam?
- Primeiro, vou matar o juiz e
depois a testemunha que me mandou para cá.
Lucien saiu da prisão e
devolveu ao governador o documento do perdão. Você o censuraria?
Se nós
não perdoamos aos outros, seria de admirar que Deus revogasse o perdão que nos
concede? (Ver Eze. 18:24 e 25.) Restituição
Zaqueu se levantou e disse
ao Senhor: Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma
coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais. S. Luc.
19:8.
O perdão envolve o
princípio da restituição, sempre que existir a possibilidade de conserto. Há
alguns erros pelos quais se pode fazer restituição completa; há outros pelos
quais se pode fazer uma restituição parcial; mas outros ainda existem pelos
quais nunca se pode fazer uma reparação. Estes podem ser muito
complexos.
Num caso que conheço, um membro da igreja defraudou seu irmão
numa transação comercial. A parte prejudicada queixou-se ao pastor. O pastor
convocou ambos para um encontro e ouviu os dois relatos. Ficou claro, sem sombra
de dúvida, que um irmão havia defraudado o outro. A solução correta teria sido
que o acusado fizesse a restituição o mais rápido possível. Nesse caso,
entretanto, o pastor disse à parte ofensora: "Vá, e não peque mais." Você pode
ter certeza de que a parte prejudicada não gostou nem um pouquinho da
solução.
No caso de uma pessoa que tenha tirado a vida de um indivíduo
sem parentes vivos, é obviamente impossível fazer qualquer tipo de reparação.
Mas veja o caso de um homem que comete adultério com uma mulher casada e depois
nasce uma criança. Como é que o adúltero faz restituição a sua esposa? Ao marido
traído? A seus próprios filhos? À criança que nasceu dessa união adúltera? Casos
como esse são de difícil solução.
Qual é o remédio? Deve a pessoa ficar
pelo resto da vida sentindo culpa por não poder nunca fazer a expiação de seu
erro? Ou é suficiente que diga: "O Senhor me perdoou, e isso é tudo o que
interessa; não tenho mais o que fazer"? Ou deve a pessoa, depois de pedir o
perdão de Deus e o de todas as partes envolvidas, colocar a questão nas mãos
dEle, disposta a fazer o que o Senhor orientar, no momento em que Ele o fizer?
Acho que a resposta é obvia. E esse princípio aplica-se a todos os casos nos
quais a pessoa deseja fazer restituição.
Um
Santuário Assim diz o Senhor Deus: Ainda que os lancei para longe entre as
nações, e ainda que os espalhei pelas terras, todavia lhes servirei de
santuário, por um pouco de tempo, nas terras para onde foram. Eze.
11:16.
Santuário é um
lugar onde Deus habita. Quando Ele deu a Moisés instruções para a construção do
tabernáculo, disse: "E Me farão um santuário, para que Eu possa habitar no meio
deles." Êxo. 25:8. Mais tarde, no tempo de Salomão, uma estrutura muito maior,
construída com pedras, substituiu a habitação de Jeová que se assemelhava a uma
tenda.
Como sacerdote (Eze. 1:3), Ezequiel deve ter conhecido bem o
"primeiro templo" e seus serviços, bem como o fato de que no Santíssimo habitava
a glória do Shekinah - a manifestação visível da presença de Deus. Devido à
apostasia e rebelião, entretanto, o povo judeu havia sido levado em cativeiro; o
"primeiro templo" jazia em ruínas e - Icabode! - fora-se a glória.
Agora,
vivendo em terra estrangeira, muitos desses cativos tinham começado a refletir
sobre o modo vergonhoso como haviam tratado a Deus. Teria Ele resolvido
abandoná-los para sempre? Ainda haveria esperança? Foi nessa conjuntura que o
Deus da misericórdia, por meio de Ezequiel, garantiu a Seu errante povo que não
os havia abandonado por completo. Na expressão usada em nosso texto, Ele afirma
ao povo que na distante terra de seu cativeiro Ele mesmo lhes seria "um
santuário". Que consolo deve ter isso representado para Ezequiel e seus
companheiros de exílio!
Uns 56 anos mais tarde, o povo escolhido foi
restituído à Terra Prometida, e finalmente o templo e seu santuário foram
reconstruídos. Uma vez mais, entretanto, o povo judeu retrocedeu para a
apostasia e chegou ao ponto de rejeitar o próprio Messias. Como resultado, a sua
"casa" ficou "deserta". S. Mat. 23:38.
Não existe mais sobre a Terra um
santuário especial onde a presença de Deus se manifeste visivelmente. Deus,
entretanto, não abandonou Seu povo. Ainda hoje Ele pode ser um santuário para
você e para mim. Não importa que moremos num palácio, numa casa humilde, numa
cela de prisão ou mesmo que não tenhamos um teto; Deus promete estar conosco
"todos os dias até à consumação do século". S. Mat. 28:20. Quão gratos
devemos ser a Deus porque Ele ainda pode ser um "santuário" para nós!
Uma
Segunda Oportunidade Naquele dia o Senhor tornará a estender a mão para
resgatar o restante do Seu povo, que for deixado. Isa. 11:11.
Na batalha
de Bunker Hill, travada no dia 17 de junho de 1775, as forças sob o comando do
Coronel William Prescott revelaram notável bravura diante dos soldados
britânicos. Assim, quando Prescott ordenou que seus homens continuassem lutando
até que pudessem "ver o branco dos seus olhos", muitos foram obedientes até à
morte. Mas nem todos os americanos tiveram tanta coragem naquele dia. Depois da
batalha, o Capitão John Callender, da milícia de Massachusetts, foi acusado de
"covardia diante do inimigo".
Depois que George Washington assumiu o
comando do Exército Continental em Cambridge, Estado de Massachusetts, no dia 3
de julho de 1775, um de seus primeiros atos foi enviar o Capitão Callender à
corte marcial. No final daquela desagradável circunstância, Callender foi
expulso do exército, passando pela maior vergonha.
Mas não foi esse o fim
da história. Callender alistou-se novamente como pracinha e, um ano mais tarde,
durante a perigosa retirada de Washington após a batalha de Long Island,
demonstrou uma coragem tal que o general revogou publicamente a sentença e
restituiu-lhe a posição de oficial em seu exército.
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