Mistério até no paladar
Alguns vão estranhar, outros dirão já ter comido algo
parecido, mas muitos ficarão com a pulga atrás da orelha: qual é o gosto da
zamboa? “Tem sabor de cidra”, garante o povo de Mendanha,
distrito de Diamantina. Ali, o fruto de casca grossa e com polpa amarelada dá
aos montes, em maio e junho. Eles aproveitam a boa safra para fazer o doce da
fruta. “A receita não tem mistério, é como se fizéssemos com laranja-da-terra.
Mas é ainda melhor”, dizem. Mas, para produzir a delícia, é preciso paciência e
atenção. Para retirar o amargo, eles deixam de molho os frutos por quatro dias.
“O ideal é trocar a água diariamente”, aconselham. Segundo eles, nesse período a
fruta não pode “pegar vento”. Por isso, é importante tapar o recipiente com um
pano. É aí que está o segredo. Quituteiras famosas na região, também fazem doces de figo, limão, pequi, manga e laranja. Para cada fruta, elas ensinam:
“Quando deixada de molho, cada fruta tem que ser tampada com um pano diferente”.
Para a zamboa, o ideal é um pano branco e sem bordados. Caso contrário, perde o
sabor e o doce endurece, afirmam. Belo para os olhos e delicioso para o paladar,
o doce de zamboa é daqueles que não satisfazem em apenas uma colherada. Elas garantem: “Não se faz doces só com ingredientes, é preciso algo mais”.
Como fazer Doce de zamboa
Retirar toda a polpa, sumo e o bagaço da fruta, aproveitando
apenas a casca. Cortar as cascas em tiras de mais ou menos 5 cm, não muito finas e levar ao fogo (com água até
cobrir) para amaciar, até ferver. Retirar do fogo, acrescentar o sal e deixar a
zamboa de molho na água durante quatro dias, trocando a água diariamente, duas
vezes. No quinto dia, desprezar a água e misturar a fruta com o açúcar, dois
litros de água e os cravos. Levar novamente ao fogo e deixar ferver, até obter
uma calda clara. Deixar esfriar e levar à geladeira. Servir gelado.
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