Socotra: a ilha pré-histórica mais estranha do planeta
37% das 835 espécies de plantas de Socotra, 90% de seus exemplares répteis e 95% dos caracóis terrestres, não podem ser encontrados em nenhuma outra parte do mundo, o que faz com que este lugar seja muito mais singular. Ainda hospeda populações de aves terrestres e marinhas de importância mundial (192 espécies distintas de aves, 44 das quais se reproduzem nas mesmas ilhas e 85 são imigrantes regulares), incluindo algumas em risco de extinção.
A vida marinha de Socotra também é muito diversa, com ao menos 253 espécies de corais pertencentes aos arrecifes, 730 de peixes costeiros, e 300 caranguejos, lagostas e camarões. É por isto que, por ser uma das ilhas mais ricas em biodiversidade do mundo, tem sido denominada como “Galápagos do Oceano Índico”. As árvores e plantas da ilha têm evoluído para se adaptar ao seu clima hostil, contando alguns com mais de 20 milhões de anos de antiguidade, de acordo aos especialistas biólogos.
Somente Havaí, Nova Caledonia e as ilhas Galápagos têm mais espécies endêmicas, segundo as investigações de campo botânicas dirigidas pelo Centro de Plantas do Oriente Médio. Socotra tem um deserto tropical e um clima semidesértico com uma temperatura média de 25ºC e praticamente não tem chuva. A ilha é um dos lugares mais remotos da terra de origem continental, e já fez parte do supercontinente de Gondwana, que se separou na Era Mesozóica. Não restam dúvidas de que este lugar colocará os cabelos em pé a todos que estejam procurando sair de sua zona de conforto.
A distinta árvore sangue de dragão (Dracaena Cinnabari), com sua densa copa em forma de guarda-chuva, foi utilizada para magia e em rituais medievais, já que sua resina vermelha de cor sangue podia ser utilizada para uma grande variedade de remédios e corantes, enquanto que uma espécie de rosa do deserto tem um tronco bulboso bastante interessante. As pessoas que viveram na ilha durante dito período também utilizavam óleos medicinais e fabricavam cosméticos. Apelidado comumente como “o lugar mais estranho do planeta” tem uns 40.000 habitantes, mesmo que as primeiras estradas tenham sido construídas só em 2011.
Tem três terrenos geográficos distintos, estreitas planícies costeiras, um planalto de pedra de calcário e algumas montanhas que se elevam até os 1.500 metros de altitude, sendo declarada pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade. A ilha é parte da República de Yemen, mas existe um debate a respeito de como recebeu tal nome, algumas pessoas dizem que provém de uma palavra do idioma sânscrito que significa “ilha feliz”. No entanto, também pode ter vindo do árabe “sug” (mercado) e “gotra”, que se traduz como “gotejamento de incensos”.
Além de sua incrível flora, a ilha é o lar de uma imensidade de espécies de aves, muitas das quais são características deste lugar, como o estorninho, o pássaro sol, o verdilhão e o pássaro das asas douradas. Infelizmente, uma grande quantidade de exemplares endêmicos estão em perigo de extinção porque são caçados por outros predadores selvagens não nativos. Curiosamente, não há anfíbios que pertençam à ilha e só há um mamífero (o morcego), mas 90% dos répteis são endêmicos de Socotra, incluindo largatixas, lagartos sem patas e uma espécie de camaleão.
A ilha de Socotra se assemelha a um planeta alienígena porque tem uma coleção única de animais e plantas. Também é conhecida como “mundo perdido” devido ao fato de que os habitantes de muitos países jamais tenham ouvido falar do lugar e não são conscientes de suas maravilhas. Felizmente, os esforços para proteger a todas as criaturas, assim como sua distintiva cultura, estão sendo um êxito. Esta biodiversidade não só é importante para o bem-estar do planeta, como também por seus possíveis benefícios médicos para os humanos.
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